terça-feira, 9 de setembro de 2014

Ama

Ama-me em devaneio, com insensatez.
Entrega-te sem receio, por completo,
de uma só vez.

Ama-me com desejo fugaz.
Rasgando-me a roupa, mordendo-me o pescoço,
insana, feito um animal foras.

Engole-me vivo cavalgando nos campos.
E das flores que traz consigo,
perfuma-me o pranto.

Ama-me nua, despudorada e por inteiro,
sem roupa,
desmetaforizada, feito prostituta do Rio do Janeiro.

Ama-me até quando não puder.
Com simplicidade e poesia,
sobre à mesa tomando um gole de café.

Mas se não puder me amar na velhice,
escreva-me versos de amor, sem dor,
dizendo-me do amor que tive.

Fala-me daquela puta insana
Que das noites escuras da Lapa surgiu

Olhou-me nos olhos e disse: Me ama!

Tibúrcio Valério

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