quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Eu sou assim, indelével


Eu sou assim, indelével.
Não se pode apagar
Esquecer
Sou como a água
Que por mais que tenha secado
Deixa marcas
Sou como o ar
Que não se vê
Apenas se sente
Às vezes até destrói
Mas é vital para a vida
Sou como o diamante
Precioso
Forte
Inquebrável
Eu sou o que não se pode destruir
Suprimir ou fazer desaparecer totalmente
Eu sou
Apenas...

Tinho Valério

Just Feelings

E se olhasse pra trás e o visse
Eu cuspiria
Seria uma visão de nojo
Quem sabe até ânsias de vômito viessem à tona?
O que um dia foi amor
Hoje apenas nojo
Raiva
Desprezo
Ignoro-te todas as vezes que vem a meu pensamento
Limpo meu rosto todas as vezes que a lágrima insiste em sair por sua causa
Flagelo meu corpo procurando tirar as cicatrizes do seu toque
Tudo é em vão
Se eu olhasse pra trás e o visse
Eu cairia
Você passaria por mim
Perto, bem perto.
Mas não me veria...

Tinho Valério

Egoísta

Por que olhar para mim não bastava
Eu queria possuir
Ter apenas para mim
Devaneio nos pensamentos
Fujo para não ser consumido
Mas não adianta
Você seria meu
Suas fotos já eram minhas
Em breve seu corpo também

Tinho Valério

Peço-te desculpas

Peço-te desculpas
Porque não sei me redimir de outra forma
Peço-te desculpas
Prostrando-me a teus pés
Como uma adoração ao ser perfeito
Peço-te desculpas
Como um trovador
Que encanta tuas musas
Musicalizando suas vidas com as mais belas melodias
Peço-te desculpas da maneira mais utópica possível
Que de um desejo
Faço meus pés, corpo, pensamentos e palavras chegarem a você.
E musicando como um trovador
Adorando-te como o ser perfeito
Redimo-me da forma mais simples
Pedindo-lhe desculpas com um olhar
Desculpe-me

Tinho Valério

domingo, 4 de setembro de 2011

O verde das esmeraldas




“Foram aqueles olhos verdes
O verde-esmeralda raro
Que lapidado brilhava inexplicavelmente
De tão forte brilho
Me puxou para um exílio
De meus pensamentos tão somente”

Tinho Valério


Nos olhos verdes daquele rapaz que me vi refletir tão insistentemente. Cruzamo-nos na pista de dança, havia uma musica dançante naquela hora, mas tudo repentinamente foi se tornando lento. O silêncio se fez com o abraço que ele me dera. Nossos corações se juntaram. Apenas separados pela nossa pele e ossos, mas unidos pelo calor de algo que surgia a partir daquele abraço. Suas mãos percorriam minhas costas tão suavemente que me deixava em frenesi. Flutuei por alguns segundos, meus pés não sentiam o chão. Todos percorriam, sorriam, falavam alto, mas meus ouvidos estavam atentos apenas a sua respiração que se tornara ofegante enquanto me abraçava. Seu cheiro foi como imaginava quando o vi, tinha o cheiro de algo verde, não o verde da mata, mas o verde da cor verde. Era a minha cor preferida, e para mim ela tinha cheiro. O rapaz tinha o cheiro do verde. Tudo ainda continuava lento. Olhamo-nos mais uma vez e percebi o quanto verde eram os seus olhos brilhantes. Eram da cor das esmeraldas que o Fernão Dias Paes, o “caçador de esmeraldas”, tanto procurou pelo interior do Brasil por anos de sua vida, mas morreu achando que as havia encontrado, quando na verdade não passavam de turmalinas. Nesse momento me senti o tal caçador, do fracasso dele, eu sem procurar, encontrei, bem diante de mim um par de esmeraldas lindas e tão procuradas que vieram à minhas mãos. Elas seriam minhas, eu sabia. Durante toda a noite as tive sob o meu olhar, elas brilhavam a ponto de me deixar cego aos outros. Durante toda a noite as tive para mim. As horas foram passando e as perdi. O rapaz partiu com elas e não pude fazer nada. Apenas guardá-las em memória. O brilho. O meu reflexo. O verde, a minha cor favorita. Ele pôs-se a caminho determinado e não mais o vi... Mas meus pensamentos permaneceram nele e em suas esmeraldas na esperança de encontrá-las novamente e dessa vez não deixar que ele as leve. Elas são minhas assim como ele me pertence.

Tinho Valério
12/JUL/2011