quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sinfonia de Lamentações


E até você me encontrar
Eu terei andado por lugares tristes
Terei fincado na pedra a espada da felicidade
E levarei comigo apenas uma adaga
 
A solidão será minha companheira de caminhada
Andarei de mãos dadas com a Morte
Por entre o deserto dos sonhos frustrantes
Sinfonias dolorosas tocarão sob minha mente
Com gritos de horrores sendo tenores viris

Até encontrar você não serei eu mesma
Estarei vestida para um confronto
Cheio de sangue e lamentações
Ou até mesmo batons venenosos ludibriando seus lábios
Para por fim sucumbi-lo até a Morte
A minha amiga de jornadas
E juntas cavaremos seu mausoléu
Com paredes cheias de sobras e lembranças do seu passado traiçoeiro

E ao fundo, bem de longe,
Ouve-se o Tango banhado por lágrimas
E sons saindo arranhados
Do violino do espectro
Que tocará para você por toda a eternidade...

Tinho Valério

*Imagem: Auto-retrato com a Morte a tocar violino de Arnold Böcklin

Nenhum comentário:

Postar um comentário