Parece que enfim, minha alma e meu corpo estão satisfeitos entre si.
Acoplados. Presos na minha única verdade.
Minhas pernas torneadas estão deixadas à mostra pelo meu vestido curto e de decotes ousados.
Meu corpo agora transpira exalando meus desejos, minhas verdades, meu eu.
A minha maquiagem contorna não apenas os traços da minha face, mas desenha o desenho da minha alma, e mesmo coberto de cores, nunca me senti tão transparente.
É como se antes eu nunca houvesse existido.
Nasci agora, carregando meus cabelos longos e cacheados que balançam ao vento.
E montado em meu salto alto desfilo pelas ruas ostentando minhas jóias, meus cílios postiços e meu caráter.
Agora nada mais importa. Meu sexo não é mais definido no meio das minhas pernas, mas está transcrito nos meus sentimentos e nos meus gestos.
Assumo minha vida.
E caminhando pelas ruas, correndo contra todos os olhares, opiniões e desprezos, nunca me senti tão confiante de mim mesmo.
É como se eu somente houvesse me tornado homem quando me aceitei assim: mulher!
Paulo Silva Almeida
Obrigado pelo apoio ao meu trabalho, amigo!
ResponderExcluirNao tem como não apoiar uma coisa tão linda dessas homi...Fã incondicional!
ResponderExcluirOlá, gostaria de saber mais sobre o autor deste texto para minha pesquisa que estou realizando na UFRN. Grato. E-mail: jofagner@gmail.com
ResponderExcluirsem palavras...é simplesmente inspirador!
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