Vancê tá vendo êsse lago,
pequeno, desse tamanho?
Apois bem, é a lagoinha,
onde as moças tomam banho,
quaje tôda menhanzinha.
Eu num sei pruque razão
essa água cheira tanto?
Num sei mesmo pruque é...
Mas, descunfio e agaranto:
sê do suô das muié.
- Mas, se eu fôsse essa lagoa,
se ela eu pudesse sê!
Se quando as moças chegasse,
eu pudesse as moças vê...
Aí, os óios eu feixasse...
Quando n’água elas caísse
eu pegava, abria os óios.
Uns óios desse tamanho!!!
Só pra vê aqueles móios
de moça tomando banho.
RENATO CALDAS, poeta de Assú (RN) em seu Livro FULÔ DO MATO
*Foto Fernando Chiriboba: Poço da Moça, Jardim do Seridó, RN
Acho que esse poema é uma das coisas mais nordestinas que já li... muito lindo!
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