sábado, 23 de outubro de 2010

Lagoa das Moças



Vancê tá vendo êsse lago,

pequeno, desse tamanho?

Apois bem, é a lagoinha,

onde as moças tomam banho,

quaje tôda menhanzinha.



Eu num sei pruque razão

essa água cheira tanto?

Num sei mesmo pruque é...

Mas, descunfio e agaranto:

sê do suô das muié.



- Mas, se eu fôsse essa lagoa,

se ela eu pudesse sê! 

Se quando as moças chegasse,

eu pudesse as moças vê...

Aí, os óios eu feixasse...



Quando n’água elas caísse

eu pegava, abria os óios.

Uns óios desse tamanho!!!

Só pra vê aqueles móios

de moça tomando banho.


RENATO CALDAS, poeta de Assú (RN) em seu Livro FULÔ DO MATO
*Foto Fernando Chiriboba: Poço da Moça, Jardim do Seridó, RN

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Apenas Quase Ela

Acordei quando senti o seu cheiro. Ela estava bem à minha frente. Usava apenas uma camisola transparente, que dava para ver nitidamente as auréolas escuras de seus seios – já devia ter amamentado. Logo percebi que estava excitado, o meu corpo queria saltar por baixo da cueca. Então, ela veio para mim e me tocou com seus lábios que estavam úmidos. Arrancou minha cueca com a boca. Foi sensual e erótico vê-la fazer isso. Seu olhar de animal faminto me deixava louco. Joguei-a no chão e rasguei sua roupa com minhas mãos e descobri que também me sentia como um animal faminto, só que faminto por sexo. Avancei sobre ela, nossos corpos encontravam-se quentes e desejando-se. Arranhou-me  as costas enquanto meu corpo entrava nela. Sua respiração era ofegante; ora gritava, ora gemia e isso me dava mais prazer e vontade de possuí-la.
Possuí-a.
Dei-lhe prazer e múltiplos orgasmos a noite toda.
Acabou.
Enrolou seu corpo num lençol e saiu para a rua de onde surgira.
Assustei-me com o despertador que gritava infernalmente nos meus ouvidos com aquele barulho ensurdecedor. Havia sido apenas um sonho.

Tibúrcio Valério

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Lucas

Era Luz
De repente um estrondo

Veio o choro
A palavra foi Morte

Luz era
De repente um escuro
Chora mãe, chora pai, chora irmãs
Choram os outros

Veio o Silêncio
Resta Saudades...

Tibúrcio Valério

domingo, 17 de outubro de 2010

Partida

Então foi...
Não se despediu porque não achou necessário
A lembrança que deixara na mente já era de bom grado
Seus pensamentos a muito que já não queriam estar ali
Partiu como um pássaro quando bate suas asas
Rápido e soprando vento
Foi sem olhar pra trás...

Tibúrcio Valério
17/OUT/2010