Ama-me em
devaneio, com insensatez.
Entrega-te
sem receio, por completo,
de uma só
vez.
Ama-me com
desejo fugaz.
Rasgando-me
a roupa, mordendo-me o pescoço,
insana,
feito um animal foras.
Engole-me
vivo cavalgando nos campos.
E das flores
que traz consigo,
perfuma-me o
pranto.
Ama-me nua,
despudorada e por inteiro,
sem roupa,
desmetaforizada,
feito prostituta do Rio do Janeiro.
Ama-me até
quando não puder.
Com simplicidade
e poesia,
sobre à mesa
tomando um gole de café.
Mas se não
puder me amar na velhice,
escreva-me
versos de amor, sem dor,
dizendo-me
do amor que tive.
Fala-me
daquela puta insana
Que das
noites escuras da Lapa surgiu
Olhou-me nos
olhos e disse: Me ama!
Tibúrcio Valério