Para não me calar
Lancei palavras ao vento
Soltei-as
Saíram como navalha
Cortando tudo
E todos
Para não me calar
Escrevi na areia da praia
E deixei que as ondas as lessem
Foram trivial para o movimento do mar
Que furioso se tornou
Destruiu paredões
Sucumbiu lugares
Para não me calar
Rabisquei palavras nos troncos do Jatobá
Para que a natureza visse
E os troncos caíssem
Rolassem
Destruíssem
Rabisquei palavras
“A humanidade não tem jeito”
Tinho Valério