segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Rabisquei Palavras

Para não me calar
Lancei palavras ao vento
Soltei-as
Saíram como navalha
Cortando tudo
E todos
Para não me calar
Escrevi na areia da praia
E deixei que as ondas as lessem
Foram trivial para o movimento do mar
Que furioso se tornou
Destruiu paredões
Sucumbiu lugares
Para não me calar
Rabisquei palavras nos troncos do Jatobá
Para que a natureza visse
E os troncos caíssem
Rolassem
Destruíssem
Rabisquei palavras
“A humanidade não tem jeito”

Tinho Valério

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Um sentimento

Eu não sou como você vê
Meu rosto nem sempre é sereno
Não sou puro e inocente
Tampouco inquebrável
Me quebre e teste
Te desafio
Corto como navalha afiada
Posso ser tão tempestuoso como um furacão
Devasso
Arrastando tudo que passa pela frente
Destruo e apresento o ser  desprezível que sou
Prazer
Sou o ódio

Tinho Valério

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Me ouça

Pense bem
Não olhe pra trás
Olhe em volta
Pegue a minha mão
Segure firme
E caminhe ao meu lado

Veja!
Não tenhas medo
Toque-a
Aperte-a
A inquietude dos seus pensamentos
Me consomem
Seu silêncio me corrói a alma
Me instiga aproximar-me de ti
Você me devora
No ato
Não pensas e age
Me sangra
Me deixa em carne viva
Joga o sal

Você pensou bem?
Não quis mais olhar pra trás...
Olhou ao redor
Sorriu
Partiu
Foi...

Agora aperte a minha mão
Me segure
Eu tenho medo
Veja!
Estou em carne viva
Sangrando
Sentindo sua falta...

Tinho Valério